com
Abacaxi e laranja, são duas frutas nacionais de poder cítrico
concentrado e que produzem, separadamente, sucos deliciosos. Abacaxi com laranja, em determinadas
situações, também podem trazer doses amargas de indigestão. E esta analogia, em
suma, ocorre em nossa cidade, principalmente para a situação da transferência
do Hospital Cura D’Ars para a ACOSOMA.
No episódio da transferência
administrativa e patrimonial do Hospital Cura D’Ars, vi e assisti com desconfiança,
que mais uma vez as coisas nesta cidade são conduzidas por terceiros inocentes,
tendo como pano de fundo alguns espertalhões que sempre querem tirar algum tipo
de proveito.
A pedido do Conselho
Metropolitano da SSVP de Governador Valadares, tentei de todas as formas envolver a sociedade de Machacalis,
tendo inclusive convidado a Loja Maçônica para assumir o Hospital Cura D’Ars.
Estive reunido com Marcos César e Mine (Cemig), repassando as informações sobre
o hospital e a maçonaria descartou a hipótese de assumir, tendo como alegações
o pouco tempo para conhecer a realidade administrativa e financeira do
hospital. Ainda bem que a entidade atual
que assume, tem um maçom como um conselheiro e a maçonaria talvez resolva
ajudar esta importante obra. Além da maçonaria, é claro que outras entidades e
empresas agora se mostrarão favoráveis em ajudar financeiramente e
principalmente a Secretaria Municipal de Saúde, que tem a dívida de fazer retornar
as AIH’s que foram retiradas do hospital. Haja vista, que a Secretaria sempre
foi uma perseguidora do Hospital quando a gestão esteve a cargo da Comissão
Interventora.
Sabemos que o abacaxi não será
fácil de descascar, principalmente pelo fato de que a ACOSOMA não tem nenhuma
garantia para oferecer aos passivos trabalhistas dos funcionários. Só resta
torcer e torcer muito, para que no fim do túnel não exista somente uma luz, mas
sim um pote recheado de dinheiro para fazer frente aos desafios financeiros que
irão encontrar.
Foi dito pelo futuro Provedor no
ato de transferência, que muitos recursos financeiros já estão pra vir, que a
SESAI quitará os repasses atrasados, que as Prefeituras pagarão as subvenções
em dia (a Prefeitura de Machacalis estava devendo a subvenção). Em sendo assim,
todos os problemas do HCD estarão resolvidos e a população bem atendida. Como
as finanças do Hospital estarão a cargo de um empresário de Kombi, creio que os
funcionários, médicos e fornecedores, poderão ficar tranquilos que as contas
serão religiosamente quitadas nos seus respectivos vencimentos. Certamente, a
farmácia do hospital, daqui pra frente, não terá que recorrer à SESAI, ao
Hospital Bom Samaritano, ao Hospital de Águas Formosas, para tomar emprestados materiais
e medicamentos.
Por outro lado, tenho sentimento
que o vírus do laranjismo está umbilicalmente ligado ao DNA de alguns políticos
de Machacalis, assim como o DNA da corrupção está entranhado no sangue de 90%
dos políticos brasileiros, principalmente quando vejo que os articuladores da
tomada do hospital, atuaram como sombras, a exemplo do que sempre fez o
Vice-Prefeito. Aliás, a história da ACOSOMA começou com ele num modelo de
padaria associativa e mesmo recebendo incentivos financeiros federais acabou
indo pro buraco.
Quando vejo esse oportunismo atuando somente nos bastidores, chego à conclusão que a esperança é como uma
rosa murcha, que a cada dia cai as pétalas e logo sobrará o talo com seus
espinhos.
A ACOSOMA agora assume e terá a
responsabilidade de dar melhor retorno do que aquele realizado pela Comissão
Interventora, da qual, tantas e tantas pedras foram atiradas. Na qualidade de
telhado de vidro, eles terão que estar preparados para resolver todos os
problemas do hospital e da saúde de Machacalis e região, com a grande
competência que disseram ter.
Estaremos acompanhando e cobrando
e queremos ver médicos todos os dias no Hospital; pagamentos dos funcionários
em dia; pagamento dos fornecedores; aquisição de materiais e medicamentos para
assistência aos pacientes internos; reformas estruturais para atender as
exigências da Vigilância Sanitária; pagamentos dos tributos em dia; transporte
24 horas disponível aos pacientes em casos de transferências; exames de raios-X
e ultrassom de graça; pagamento do passivo herdado da administração fraudulenta
(2008/2012) que deve ser superior a R$800,000,00 (oitocentos mil reais);
pagamento das causas trabalhistas que dever ser superior a R$150.000,00 (cento
e cinqüenta mil reais), etc.
Estarmos sempre na defesa deste
patrimônio que foi construído pelo povo de Machacalis e região. Estaremos em
defesa dos funcionários que sempre deram a maior parcela de contribuição para
que o hospital mantivesse seus atendimentos com todas as dificuldades que
foram encontradas.
E, por fim, seremos combativos
com a praga de laranjas que reina em nossa cidade. O preço que o povo está
pagando é muito caro e está fazendo nossa cidade perder habitantes, perder
investimentos e gerando desempregos além de gerar uma grande desesperança.
Fernando Novais
04/2015
Em tempo: Quando a Sociedade São Vicente de Paulo solicitou à Comissão Interventora para escolher uma entidade para transferência do Hospital, recomendou que a entidade tivesse em seus quadros associativos pessoas dos diversos segmentos da comunidade local.
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